Boris Eldagsen, renomado fotógrafo alemão, fez uma escolha audaciosa ao recusar o prêmio conquistado no aclamado concurso Sony World Photography Awards. A fotografia inscrita por Eldagsen foi gerada utilizando-se de avançadas ferramentas de inteligência artificial, e essa decisão refletiu sua perspectiva única sobre o assunto. Em uma investigação meticulosa, revelada exclusivamente em seu website, o artista revelou que sua participação no concurso, na categoria “criativa aberta”, teve um propósito bem definido: desafiar a capacidade da competição em reconhecer e valorizar imagens criadas através de IA. Por trás dessa provocação sutil, a intenção de Eldagsen é lançar um debate global sobre o que realmente consideramos como “fotografia”.
De acordo com suas declarações, a premiação da imagem em preto e branco, retratando duas mulheres de diferentes gerações, representa um “momento histórico” no universo da fotografia. Afinal, foi a primeira vez que uma imagem gerada por IA conseguiu enganar um concurso internacional de tal magnitude. Com uma pergunta intrigante, o artista desafia a todos: “Quantos de vocês já sabiam ou desconfiavam que essa obra era resultado de uma inteligência artificial?”.
Nessa atitude corajosa, Boris Eldagsen não apenas abala os alicerces da fotografia contemporânea, mas também nos leva a refletir sobre os limites e possibilidades da arte e da tecnologia em nossa sociedade.
Ao ser questionado pelo site internacional The Guardian sobre o caso, um representante da Organização Mundial de Fotografia, responsável pela coordenação anual do SWPA, revelou que os organizadores já estavam cientes de que a fotografia de Eldagsen era uma “cocriação” que fazia uso parcial de recursos de inteligência artificial.
De acordo com o porta-voz, durante o processo de inscrição, o próprio fotógrafo havia declarado que, após “duas décadas dedicadas à fotografia, sua abordagem artística havia se voltado cada vez mais para a exploração das possibilidades criativas oferecidas pelos geradores de IA”. Além disso, a categoria “criativa” do concurso permite claramente abordagens experimentais, incluindo técnicas do século XIX, como cianótipos, radiografias e práticas digitais inovadoras.
Diante dessas afirmações e após ter sua fotografia simplesmente removida do site da competição, Boris Eldagsen decidiu expressar sua reação em seu próprio site. De forma contundente, ele publicou: “Prezada Sony World Photography Awards, pare de falar inverdades e junte-se à discussão que realmente importa”. Com essa mensagem direta, o artista deixa claro seu desejo de envolver a comunidade fotográfica em um diálogo significativo sobre o tema. E aí, acha que as IA irão dominar o mundo? Além disso, conheças as cameras fotográficas com inteligencia artifical.